Obstrução de Carótidas
a- O que é?
As carótidas são vasos sanguíneos (artérias) que têm sua origem na aorta torácica (próximo ao coração), sobem pelo pescoço e se dirigem ao cérebro para irrigá-lo junto com as artérias vertebrais. A obstrução severa desses vasos é a terceira causa de óbito da população adulta e a segunda causa de óbito entre as doenças cardiovasculares, perdendo apenas paro a infarto.
b- Quais os sintomas?
Os sintomas podem ou não existir e dependem da área do cérebro afetada pela falta de irrigação. Podem se manifestar como perturbações visuais, paralisias transitórias ou definitivas, tonteiras, desmaios, ”ausências”, dormências, problemas na fala e até o coma. Vale lembrar que o lado direito do cérebro controla os movimentos e as sensações do lado esquerdo do corpo e vice-versa.
c- Como aparece?
A obstrução das carótidas em geral é lenta e progressiva, começando com o acúmulo localizado de uma mistura de cálcio, gorduras e células sanguíneas que formam a “placa de ateroma”. Esta placa obstrui gradativamente a passagem do sangue e pode desprender pequenos fragmentos para a circulação cerebral, causando os sintomas citados.
d- Quem pode ter a doença?
A placa de ateroma que obstrui as carótidas surge com maior frequência em pacientes hipertensos, diabéticos, fumantes e com o mau colesterol elevado. Aqueles com angina, história de cirurgia cardíaca e idosos têm maior risco.
e- Qual o tratamento?
Depende do grau de obstrução das carótidas e da presença ou não de sintomas. Obstruções severas (>75%), mesmo sem sintomas, merecem a atenção do especialista. Pequenas obstruções (<50%), sem sintomas, devem ser tratadas com controle dos fatores de risco e medicamentos para estabilizar a placa de ateroma e “afinar o sangue”. O tratamento cirúrgico pode ser feito com a remoção da placa (endarterectomia) através de um corte no pescoço ou através de angioplastia, geralmente sob anestesia local e com a introdução de cateteres pela virilha. Ambos são válidos e têm indicações específicas.
f- Como é a recuperação?
Tanto a cirurgia convencional como a angioplastia com implante de stent (prótese metálica) são seguras e têm resultados semelhantes. A escolha de uma ou outra técnica deve ser individualizada. Alguns casos são melhor tratados com angioplastia e, em outros, a cirurgia deve ser a preferida. A remoção da placa com cirurgia pode ser com anestesia local ou geral e exige de 1 a 2 dias de internação, podendo o paciente se alimentar no mesmo dia. A angioplastia geralmente é feita com anestesia local e os pacientes recebem alta 24h após.